sábado, 11 de junho de 2011

Amar sozinho


O que eu sou pra você não é real.
O que eu sou pra você você não precisa
(Volcano, de Damien Rice).
Amar sozinho é andar sempre à margem das coisas, na sombra dos risos alheios, colhendo aqui e ali indiferenças, sem nunca enxergar os olhos de quem se ama porque estão sempre em outros olhos e os meus de águas tão acostumados, velam-se.
Amar sozinho é estar nu entre espinhos e se entregar a sonhos angustiantes pela ausência, antes pesadelos de que não se acorda nunca e que fazem das noites, vazios insones cheios de desejos inúteis.
Amar sozinho é deixar de ser.
Amar sozinho, um trapezista, a se lançar em abismos sem nenhuma esperança de qualquer braço a aparar meu destino e nele tecer redes de amor.

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